e que então tudo vai ser mais claro,
que não vai mais haver medo nem coisas falsas.
Há uma porção de coisas minhas que você não sabe,
e que precisaria saber para compreender
todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir.
São coisas difíceis de serem contadas,
mais difíceis talvez de serem compreendidas —
se um dia a gente se encontrar de novo, em amor,
eu direi delas, caso contrário não será preciso.
Essas coisas não pedem resposta
nem ressonância alguma em você:
eu só queria que você soubesse
do muito amor e ternura que eu tinha
— e tenho — pra você.
Acho que é bom a gente saber
que existe desse jeito em alguém,
como você existe em mim”.
Caio Fernando de Abreu
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