quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Saudade não é o que a gente sente quando a pessoa vai embora.

Saudade não é o que a gente sente quando a pessoa vai embora.
Seria muito simples acenar um ‘tchau’ e contentar-se com as memórias, com o passado.
Saudade não é ausência. É a presença, é tentar viver no presente.
É a cama ainda desarrumada, o par de copos ao lado da garrafa de vinho,
é a escova de dente ao lado da sua.  
Saudades são todas as coisas que estão lá para nos dizer que não, 
a pessoa não foi embora. Muito pelo contrário: ela ficou, e de lá não sai.
A ausência ocupa espaço, ocupa tempo, ocupa a cabeça, até demais. (…)
Ela nos deixa de cama, mesmo quando estamos fazendo todas as coisas do mundo.
Todas e ao mesmo tempo. É o transtorno intermitente e perene de implorar por ‘um pouco mais’.
Saudade não é olhar pro lado e dizer “se foi”. É olhar pro lado e perguntar “cadê?”.

- Lucas Silveira

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