Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora,
que aparece do nada, que fica porque quer,
que odeia a falta de oxigênio das obrigações,
que encurta uma conversa besta,
que estende um bom drama,
que diz o que ninguém espera e salva uma noite,
que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e
tirar as correntes da cobrança do meu peito.
Que acha todo mundo meio feio, meio bobo,
meio burro, meio perdido, meio sem alma,
meio de plástico, meia bomba.
E espera impaciente ser salva por uma metade
meio interessante que me tire finalmente essa sensação
de perna manca quando ando sozinha por aí,
maldizendo a tudo e a todos.
Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve.
Mas dá realmente pra ser assim?
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