sábado, 1 de fevereiro de 2014

Eu sou sim a pessoa que some,

Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, 
que aparece do nada, que fica porque quer, 
que odeia a falta de oxigênio das obrigações, 
que encurta uma conversa besta, 
que estende um bom drama, 
que diz o que ninguém espera e salva uma noite, 
que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e 
tirar as correntes da cobrança do meu peito. 
Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, 
meio burro, meio perdido, meio sem alma, 
meio de plástico, meia bomba. 
E espera impaciente ser salva por uma metade 
meio interessante que me tire finalmente essa sensação 
de perna manca quando ando sozinha por aí, 
maldizendo a tudo e a todos. 
Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. 
Mas dá realmente pra ser assim?

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