“O tempo nem sempre cura tudo.
Tenho feridas que já cicatrizaram,
mas que insistem em latejar quando o dia está nublado.
Tenho mágoas que já foram superadas,
mas se lembro bem, se lembro forte,
se penso nelas eu choro.
E o choro dói, dói, dói como se fosse ontem.
Tenho vontades que nunca passam.
Tenho uma tara por chocolate e
queijo que nunca saiu de viagem.
Tenho mania de escrever em blocos e
ter pelo menos dois deles sempre dentro da bolsa.
Tenho sentimento de posse, tenho ciúme,
tenho medo de perder quem é essencial na minha vida.
Tenho medo de me perder, por isso acendo todas as luzes.”
Clarissa Corrêa
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