quinta-feira, 4 de julho de 2013

Às vezes me lembro dele.

''Às vezes me lembro dele. 
Sem rancor, sem saudade, sem tristeza, 
sem nenhum sentimento especial a não ser
 a certeza de que, afinal, o tempo passou. 
Nunca mais o vi depois que foi embora. 
Nunca nos escrevemos. N
ão havia mesmo o que dizer. Ou havia? 
Ah, como não sei responder às minhas próprias perguntas! 
É possível que, no fundo, sempre restem 
algumas coisas para serem ditas. 
É possível também que o afastamento total 
só aconteça quando não mais restam essas coisas e 
a gente continua a buscar, a investigar 
- e principalmente a fingir. 
Fingir que encontra. 
Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo.''

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