segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Não sei, até hoje não sei se o príncipe era ele. 
Eu não podia saber, [...] 
Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, 
dava um castelo e bruxas para ele matar, 
dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse,
 fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros,
 com as cascas dos cocos, até com a minha carne 
eu construía um cavalo branco para aquele príncipe. 
Mas ele não queria, acho que ele não queria, 
e eu não tive tempo de dizer que quando
 a gente precisa que alguém fique a gente
 constrói qualquer coisa, até um castelo.

Caio Fernando Abreu

Nenhum comentário:

Postar um comentário